"Não importa para onde vamos ou de onde voltamos. O que importa são as experiências únicas e os cenários surpreendentes com que nos deparamos. Viajamos em busca do que a vida pode nos revelar, num verdadeiro banquete de sabores, cores e sons."
E confesso: não tem graça nenhuma viajar e não contar para alguém, mostrar as fotos, compartilhar....
Voltar para casa também é uma experiência maravilhosa que só podemos sentir quando viajamos.


Várias fotos que ilustram as postagens são retiradas da Net.

Barcelona - Espanha - Parque Güell

Janeiro 2012
"Barcelona: Torres, céu azul, jogo de sombras, vertigem: retrato abstrato da ousadia concreta de uma cidade."


"Barcelona é o berço de Montserrat Caballé,  Miró e  Gaudi, o  responsável pelo maior combustível do orgulho catalão - a Arquitetura. Entre suas fantásticas obras está o Parque Guell,que seria como qualquer outro Parque se não tivesse saído da imaginação delirante de Gaudi."




Foto Google

"O Parque Güell foi concebido por encomenda do empresário Eusebi Güell. Construído entre 1900 e 1914, teria habitações de luxo, com todos os progressos tecnológicos da época e acabamentos de grande qualidade artística, porém revelou-se um fracasso comercial pois, das 60 casas originalmente pensadas apenas 2 foram construídas, então foi vendido ao Município de Barcelona em 1922, tendo sido inaugurado como parque público em 1926."




"A edificação branca no alto é a Casa Trias, propriedade do advogado Martí Trias i Domènech, amigo de Güell e Gaudí, obra do arquiteto Juli Batllevell. É uma das duas casas construídas no Parque. Gaudí evitava visitar o advogado nos feriados, pois a casa deste era frequentemente visitada nessas ocasiões por uma boa amiga da família Trias, Pepita Moreu, que fora o amor frustrado de Gaudí na década de 1880."

Foto Google

"Esta é a outra casa do Projeto inicial - La Torre Rosa, construída para servir como casa-modelo da urbanização e onde o arquiteto residiu entre 1906 e 1925, desenhada por Francesc Berenguer. Hoje é um  Museu que guarda  objetos pessoais e obras de Gaudi."



Com cerca de 18 hectares, o Parque possui várias espécies vegetais mediterrâneas.


" Para fazer as estradas num terreno com muitos declives,  Gaudí desenhou-as como estruturas salientes da encosta, suportadas por pórticos, muros de suporte e viadutos, usando pedra rústica extraída do local. "


"Algumas estradas são ainda ladeadas por colunas, muretes e outros elementos arquitetônicos,  de forma a integrá-las perfeitamente na paisagem."


"Uma das características mais marcantes do Parque Güell é o contraste entre as texturas e cores dos diferentes materiais de construção (cerâmica brilhante e multicolorida versus pedra rústica castanha), tão apreciado pelos arquitetos modernistas."


"O Parque Güell é um reflexo da plenitude artística de Gaudí; pertence à sua etapa naturalista (década de 1900), período no qual o arquiteto catalão aperfeiçoou o seu estilo pessoal, inspirando-se nas formas orgânicas da natureza e pondo em prática uma série de novas soluções estruturais originadas na sua análise da geometria regrada (obtida pela união de retas, ex; o plano, o cilindro e o cone".


" Da entrada principal parte uma escadaria monumental  dupla  com três lances  e revestida com mosaicos que conduz à sala hipóstila. A escadaria está implantada entre muros , cujas paredes estão revestidas com pedaços de cerâmica multicolorida formando um espécie de padrão em xadrez com retângulos brancos e quadrados coloridos, em cujas superfícies alternadamente convexas e côncavas a luz do Sol cria um efeito visual notável. "

Foto Google

"Na sua zona central abriga três fontes com conjuntos escultóricos igualmente revestidos com mosaicos, em cujo simbolismo os estudiosos veem diversos tipos de referências devido à complexa iconografia aplicada por Gaudí."


Descrever o Parque: Impossível. O adjetivo mais adequado - Deslumbrante.


Na primeira fonte Gaudí usou um círculo como símbolo do mundo e um compasso como símbolo do arquiteto.


A segunda fonte contém a cabeça triangular de um réptil sobre o escudo da Catalunha inscrito num hexágono.


Na terceira  fonte, a salamandra, El Drac, que se tornou símbolo de Barcelona.


Em 6 de fevereiro de 2007, El Drac foi vandalizado com uma barra de ferro por três jovens, tendo sofrido danos na cabeça e nas costas.
Logo atrás de El Drac encontra-se uma escultura em forma de tripé com uma rocha no topo.



 E o banco que parece uma boca aberta de espanto, no cimo da escadaria.



No topo da escadaria situa-se a sala hipostila ou sala das cem colunas, uma espécie de grande alpendre originalmente destinado a albergar um mercado ao ar livre.


"Sala Hipóstila- Esta é a peça central do Parque Guell. A “sala” tem 86 colunas dóricas decoradas com 4
discos em forma de Sol feitos com bocados de azulejos caleidoscópicos que representam as 4 estações.'


"Toda esta zona de sombra das colunas é muito bonita. mas acreditam que Gaudí pretendia denegrir o estilo neoclássico predominante em edifícios públicos no século XIX, chegando mesmo a classificá-la como uma triste desfiguração do estilo dórico e uma cruel e desnecessária sátira à arquitetura clássica. Em todo o caso, muitos concordam que é o elemento menos original do Parque Güell, pois vai totalmente contra a convicção adquirida ao longo dos anos pelo arquiteto catalão de que a natureza é o melhor modelo e de que retas e ângulos retos são antinaturais e desnecessários."


"Nos espaços vagos deixados no teto pelas colunas suprimidas encontram-se quatro grandes rosetas coloridas com quase 3 m de diâmetro representando o Sol durante as quatro estações do ano, rodeadas por catorze menores com desenhos de remoinhos e espirais, representando estrelas ou luas. Estas rosetas são da autoria de Josep Maria Jujol."


O teto é composto por abóbadas semiesféricas revestidas com trencadís branco, pré-fabricadas com cerâmica reforçada.


"A Grande Praça Circular é considerada o centro do parque. É a partir dela que os outros monumentos foram erguidos e direcionados. Mosaicos coloridos (trencadis) enfeitam o banco gigantesco que existe na praça."


"O banco ondulante é formado por uma sequência de módulos côncavos e convexos com 1,5 m, com um desenho ergonómico adaptado ao corpo humano.'


"O assento está revestido com trencadís branco e é inclinado de forma a conduzir a água da chuva para a parte de trás do assento, onde se situam aberturas que escoam a água para o exterior, mas as costas do assento e a parte exterior do banco são revestidas com trencadís colorido da autoria de Josep Maria Jujol, que usou sobretudo motivos abstratos como ondas, círculos e arabescos, mas também alguns elementos figurativos como trepadeiras, folhas, flores, conchas, estrelas e os signos do zodíaco."


O banco possui vista panorâmica sobre a cidade. Na parte de trás, as gárgulas no formato de cara de leão.

As suas curvas formam vários recessos, permitindo às pessoas neles sentadas conversar em relativa privacidade apesar da dimensão da praça.


"A grande praça oval sobre a sala hipostila não se encontra pavimentada, pois a água das chuvas que recolhe é drenada e canalizada por tubos existentes no interior das colunas para uma cisterna com 1 200 m3 existente por debaixo da sala hipostila, para ser usada na rega do parque."







"Pórtico da Lavadeira, cujas paredes e teto têm o formato do interior de uma interminável onda em rebentação suportada por uma fileira de colunas interiores inclinadas, cujos ângulos foram cuidadosamente calculados de forma a corresponder à forma teórica de maior estabilidade."


Foto Google
No Pórtico da Lavadeira, coluna em forma de Lavadeira.





Diante de tudo, só nos resta fotografar repetidamente para registrarmos momentos de  tão intensa beleza.




"Não é qualquer um que transforma o que quer que seja em algo que vale a pena,não importando quando isto tenha acontecido."

     Foto Google.

"Na saída principal do Parque Guell, junto ao espetacular portão de ferro trabalhado, há duas pequenas casas que parecem saídas dum conto de fadas."

Detalhe do Portão de Entrada




Os pavilhões da entrada com alvenaria de pedra rústica extraída do local, destacam-se pelas suas abóbadas e cobertas com cerâmica de cores vivas e rematadas com chaminés de ventilação em forma de cogumelo.


O pavilhão maior tem um aspecto mais convencional e destinava-se ao porteiro.


"O pavilhão menor é marcado por uma grande janela com grades de ferro forjado que faz lembrar o olho de um inseto e por uma torre helicoidal com 30 m de altura revestida com cerâmica branca e azul formando um padrão em xadrez."


"Possui dois terraços entre uma escada exterior que dá acesso a um mirante localizado na base da torre."


" A torre é coroada por uma estrutura aberta em ferro forjado e uma cruz de quatro braços alinhada com os quatro pontos cardeais."

Fomos para Barcelona, saindo de Paris, num vôo da EasyJet que durou 1h e 45 m. Do aeroporto, pegamos um taxi direto para o Parque Güel. (24 euros)

Do Aeroporto pode pegar o Aerobus que leva até a Praça Catalunya por 5 euros.Se desejar comprar a volta para o Aeroporto, paga-se 8 euros pelo bilhete de ida e volta.