"Não importa para onde vamos ou de onde voltamos. O que importa são as experiências únicas e os cenários surpreendentes com que nos deparamos. Viajamos em busca do que a vida pode nos revelar, num verdadeiro banquete de sabores, cores e sons."
E confesso: não tem graça nenhuma viajar e não contar para alguém, mostrar as fotos, compartilhar....
Voltar para casa também é uma experiência maravilhosa que só podemos sentir quando viajamos.


Várias fotos que ilustram as postagens são retiradas da Net.

Punta Ballena - Uruguai

Punta Ballena é um dos Balneários mais exclusivos e belos da costa uruguaia.

Carlos Paez Vilaró  comprou o terreno  pelo preço de um maço de cigarros por metro quadrado.   Após o início do projeto,  o artista, como Gaudi, nunca  usou um  plano de construção. A casa começou a ser erguida nos anos 50 por Vilaró. Toda branca por fora, ela tem formas arredondadas e um quê psicodélico, que se estica do topo do morro quase até o mar.

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A casa parece ter algo de Antonio Gaudi ou de Salvador Dali. Uns até dizem que ´e uma casa "muito engraçada".. O estilo da construçao branca em cima de uma encosta em Punta Ballena tem nome: Carlos Paez Vilaró.

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"Casa Pueblo",  tem uma única linha reta .

Tudo começou com uma casinha de lata, em 1958, para ser o ateliê do artista. Decorada com grafismo à beira do precipício, chamava a atenção dos pescadores. Da casa de lata, que virou de madeira e passou a ser coberta dois anos depois com cimento. Feita a mão, foi se estirando. Hoje, o local, além de guardar sua oficina de criação e sua morada, abriga um hotel com 70 quartos, que se debruça para o mar.

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Dizem também que foi inspirada...Pasmem! No nosso brasileiríssimo João de Barro.

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Nesta foto meia-boca do pórtico da casa, que eu bati de dentro do ônibus, dá pra ver do lado direito a casinha do João de Barro.

 

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Picasso, Villaró e eu

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É curioso saber a origem dos versos "era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada" de Vinícius de Moraes, amigo de Vilaró, e que passou uns tempos na Casapueblo. A tal da casa, na trova improvisada pelo poetinha numa manhã diante do mar para as filhas do artista, dizia no contexto: "Mas era feita com pororó, era a casa de Vilaró".

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Sobre Vinicius ele diz: “ Escreveu comigo um prólogo lindo, muito poético, no qual, no final, ele diz uma frase muito engraçada. Disse: "Casapueblo, como gostaria de voltar a te ver outra vez. Te escrevo essas linhas da minha banheira, com um copo de gim nas mãos e olhando minhas pernas cansadas de procurar tantas mulheres.'"

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A melhor hora para estar em Casapueblo é, sem dúvida, no entardecer. Todos os dias, religiosamente, acontece a cerimônia do por-do-sol em horários diferentes. Durante alguns minutos, os visitantes rumam para a varanda e começam a ouvir uma narração do artista gravada em fita.

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É uma conversa com o sol, meu amigo mais antigo", explica Vilaró. O companheiro de anos, segundo ele, É o astro com o qual, não importa em que parte do mundo estivesse em suas viagens, sempre encontrava. "Te encontrei no Taiti e na África, estou te olhando e vejo que não mudou", diz a fita. Durante a cerimônia, o silêncio paira e ouve-se o assovio do vento. O sol surge forte e, com o final das palavras gravadas, desaparece. A cena é nostálgica e combina com tudo o que há na Casapueblo.

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Como estivemos lá na parte da manhã, não assistimos a cerimônia do entardecer.

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Vilaró tem obras espalhadas pelo mundo. São pinturas, gravuras, cerâmicas e murais. Dentro de sua casa, que lembra uma caverna ou um "labirinto grego", como  dizia o brasileiro Vinícius de Moraes, encontram-se obras  africanas e polinésias, denotando o apreço do artista pelos muitos lugares no mundo onde fez suas andanças.

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Com sorte, o turista pode encontrar o uruguaio Carlos Páez Vilaró, 85, artista multifacetado, em Punta Ballena.

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Não é à toa que ele diz: "Arte e aventura estiveram sempre juntas na minha vida". A aventura é tanta que um de seus seis filhos, Carlos Miguel, foi um dos 16 sobreviventes do acidente de avião nos Andes, em 1972. O filme “Vivos” conta essa trágica história. Um time uruguaio de rugbi decide realizar uma viagem para sobrevoar os Andes. Em meio àviagem um acidente faz com que o avião caia em plena neve, deixando pouco mais de 20 sobreviventes. São enviados ao local vários aviões de reconhecimento, mas devido ao péssimo tempo o serviço é atrasado e posteriormente faz com que se desista por procurar sobreviventes, porém Carlos Vilaró nunca desistiu da procura, até que foram encontrados. Após semanas sem comida, os sobreviventes da queda do avião passam a viver um dilema: ou se alimentam de carne humana dos que já faleceram ou também irão morrer."

(Texto da Folha Turismo, com algumas intervenções minhas)

Setembro 2008 – Euripedes e eu

Algumas fotos Google Imagens

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